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O fim da música brasileira

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A qualidade de certas músicas brasileiras já foi questionada por diversos personagens do universo artístico. "Pornografia e sensualidade excessiva em canções não são para criança ouvir".

As músicas que exploram o duplo sentido em suas letras, mas a sertaneja é apenas uma gota em meio a um oceano de baixa qualidade musical, algo não muito diferente ocorre em outros universos. Estilos como o funk, o axé e o pagode passam por um momento sofrível no que diz respeito à inovação e qualidade musical. Infelizmente a época em que vivemos não pode ser considerada lá tão inovadora, seja para esses estilos mais novos, seja para tantos outros que em outras épocas espelharam toda uma revolução social, como a MPB, por exemplo.

Não sou um compositor e tampouco tenho qualquer tipo de formação musical, mas existem certos tipos de músicas que incomodam tão somente por causa de suas letras recheadas de ostentação, vulgaridade e violência. Como dizer que há crítica social ou mesmo algum tipo de criatividade nas seguintes músicas: o funk "cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai, cola a bunda no chão vai"; a sertaneja "ponho o carro, tiro o carro, à hora que eu quiser, que garagem apertadinha, que doçura de mulher, tiro cedo e ponho à noite, e às vezes à tardezinha"; ou ainda o pagode com letras como "eu chego no pagode chamando a atenção, todo mundo para pra ver a atração, carro importado, perfume mais caro só roupa de marca, ninguém entende nada". Poderia citar tantas outras músicas, mas algumas contêm tanta baixaria que nem ao menos podem ser citadas neste espaço.

Infelizmente, boa parte das músicas aliena ao passo que não lança um olhar crítico a nossa sociedade. Mas vou além, onde estão os novos poetas, escritores, compositores e críticos? Vivemos um momento não muito produtivo da música brasileira.

Mas hoje, as músicas da moda, em sua maioria, não carregam nada além de vulgaridade, erotização e violência, são apenas medíocres... um mero conjunto de palavras inúteis.

*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e líder da bancada na Assembleia Legislativa.

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